A revolta

um incontentamento de não ser mais um contentamento
um repúdio a acomodação
na falta de atenção
que a trincheira na mão do caboclo do nordeste a anos revela
que tem sangue pra alimentar o patrão e não morrer na miséria
ainda sim, morre, morre de fome

E a senhorinha de brilho no rosto cheio de encanto
na fila do SUS esperando medicação
não sofre por antecipação de não ter, a dor do coração
é de também do descaso de quem vê a novela
mas fecha aos olhos pro país em sintonia
com o governo que o remédio da senhorinha consome.

Senhoria morreu, trincheira de caboclo não deu conta do sustento da família
filho que só ia para escolha anseiando a hora da merenda,
que padeceu com o fim da educação no seu sertão.

Professor que não recebe e por amor leciona
lucrou mais com o corte de cana.

A família rendida pelo cabresto
pela ignorância ingênua depositada no seio da falta de educação
saúde e cultura
vê espera com o grito do protesto
que ecoa nessa terra

Quem sabe, pensa, amanha posso enfim saber
o que é ter boa refeição
analfabeto não mais ser, dá leitura-que tanto ouve patrão dizer- poder fazer
Não jogar bola pensando que o país é do futebol
e senhorinha deixa morrer, porque estádio tem que construir
e dinheiro pro hospital não pode, não.

O grito do povo balança a estrutura do congresso
não quer mais saber de regresso
e esperança e brilho no olho dá pra'queles que pão
saúde e educação não sabem o que ter

O Brasil vai mudar
você vai ver!
Copa? Ih, só se tiver saúde, educação
justiça e cultura
E político que o povo representa.

A bola que rola agora, é a da revolução
o gol é a mudança do Brasil
e o jogo termina quando você, todos
ir além do ativismo de sofá, saber respeitar e por seus diretos lutar.

Enquanto em mim, houver o sentimento da insatisfação
da dor de tanta corrupção, que retira de quem não tem
para encher o bolso do "povo" do mensalão
haverá um grito de revolta, uma onda da ação
e a luta pela revolução!

E enfim senhorinha descansará em paz!

Avante já!