Mas qual será o tamanho do nosso boletim de omissão?
Numa finitude infinita de ladrão, paradoxalmente,
matando-nos ...morremos
morremos por dentro, de ver a tristeza que não tem fim e
sorrimos
sorrimos para aliviar a nossa dor, e no fim, somos iguais
aqueles que julgamos: egoístas
dormimos de cabeça baixa, amanhecemos procurando prozac
buscando cor à vida e sua finitude de virtudes, que outrora
deixa de ser principio apenas pela perenidade das coisas em
vão, ah, vida!
Morremos ... que ironia!
e choramos ao perceber qual o ritmo da vida:enquanto um
sorri, o outro chora, pela dor que nós é semeada
e nesse embalo, a gente segue, morrendo, pacientemente somos
morte
Morremos ao negar a mão ao alheio, aquele que sujou as mãos
para cosntruir nossos tão exaltados edifícios
Mãos sujos de colher o alimento que de sorriso estampado
compramos no mercado da hipocrisia
infinita guerra pelo pão
comendo na mão de quem possui o bolso maior
chora, chora o cidadão
Colombo se foi, o ouro acabou, as consequências não
quem não percebeu e continuou a exploração?!
negro, pobre, gente com dom da paixão, sofre com a difusão
de conceitos, a errônia ideia de viver
que nós leva ao chão
morremos...morremos
saberá eu se ainda somos humanos?!
ao que tudo indica somos zumbis, inerentes a paz
em detrerimento do sentido da vida
mas que vida?
se a criança chora e na calçada alguém tem fome enquanto um
pastor prega, roubando o resultado do suor dos irmãos
e essa alusão com a liberdade? mas que pena!
essa merreca de vida, que não é boa nem bonita, nos faz
prisioneiros
e os animais, vulgarmente conhecidos pela inferioridade,
irracionalidade
cantam, vivem, semeam e quando colhem, sorriem
verdadeiramente
enquanto, no mesmo momento, atrás dos nossos sorrisos
largos, um coração triste, uma multidão de solidão
a maquiagem cobre a dor da Maria, o cansaço a tristeza do Zé
e no final, no fim da copa e da novela, temos a certeza:
morremos!
Omissão, pura omissão, fingimento, medo, escuridão, nosso
elo é apenas de dor. A vida é bonita pra quem cria uma ilusão!